Avali͏ar a ͏resis͏tênci͏a de ͏mater͏iais ͏menor͏es qu͏e um ͏palit͏o de ͏fósfo͏ro, s͏ob di͏feren͏tes f͏orças͏ de p͏ressã͏o e t͏emper͏atura͏s. Es͏ta é ͏uma d͏as ca͏racte͏rísti͏cas d͏o equ͏ipame͏nto d͏esenv͏olvid͏o pel͏os pe͏squis͏adore͏s do ͏Labor͏atóri͏o de ͏Tecno͏logia͏ em A͏trito͏ e De͏sgast͏e (LT͏AD) d͏a Uni͏versi͏dade ͏Feder͏al de͏ Uber͏lândi͏a (UF͏U).
Batizado, pelos pesquisadores, com o nome de mini charpy, o equipamento é o único no Brasil com capacidade de usar corpos de prova (pedaços de materiais) de tamanhos miniaturizados para ensaios de impacto charpy, onde os equipamentos convencionais não conseguem testar. O mini charpy foi idealizado em parceria com a Petrobras para inspeção em campo para identificar falhas em componentes no setor de óleo e gás.
“Por ser algo inédito, toda a concepção do projeto do mini charpy foi um desafio, desde a estudar os critérios e normas relacionadas a testes de ensaios miniaturizados ao desenvolvimento, fabricação e montagem e ainda para o desenvolvimento de software e hardware específicos para o tratamento dos resultados”, completa Fernando Buiatti, pesquisador autor do projeto.
Comparado ao volume e tamanho de materiais testados no charpy convencional, o equipamento desenvolvido no LTAD tem capacidade de testar fragmentos de peças do tamanho de meio palito de fósforo, o que corresponde a 17 vezes menores que os testados pelo método convencional.
O objetivo com o mini charpy é atender, de forma mais ágil, as necessidades da indústria de testar materiais em escalas reduzidas e analisar falhas para entender melhor o comportamento dos materiais, com possibilidade de prevenir acidentes. Com o mini charpy é possível, por exemplo, fazer avaliações de integridade estrutural em dutos flexíveis submersos da indústria petrolífera ou para a agroindústria em testes das facas de colheitadeiras.
Na agroindústria, ele já foi utilizado para analisar material de um componente de uma linha de colheitadeira, exportada para a Ucrânia, que apresentava problemas quando submetida a operação em baixa temperatura. A indústria brasileira, fabricante do componente, precisava encontrar a solução para evitar a quebra constante do equipamento e manter as vendas com o cliente internacional.
Outra forte aplicação do equipamento, desenvolvido no LTAD, é para o setor de soldagem. A capacidade de avaliar materiais em escala miniaturizada favorece ainda estudos para diferentes níveis de profundidade de um “cordão de solda”, um dos grandes desafios para pesquisa para o setor.
A certificação do mini charpy foi obtida comparando os resultados do equipamento com parâmetros internacionais do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), um órgão da administração de tecnologia do Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Os resultados colocaram o mini charpy entre os 10 equipamentos registrados no mundo.
A equipe do projeto foi formada pelo coordenador geral do laboratório, professor e pesquisador Sinésio D. Franco, pela professora e pesquisadora Rosenda Valdés, os pesquisadores Fernando Buiatti e Denis Soares, que receberam o Prêmio “Pesquisador Inventor” Petrobras e por dois estudantes do programa de Iniciação Científica da UFU.
Além d͏e aten͏der ao͏ merca͏do com͏ inova͏ção te͏cnológ͏ica, o͏s pesq͏uisado͏res do͏ LTAD ͏vêm am͏pliand͏o a ca͏pacida͏de de ͏desenv͏olver ͏ativid͏ades e͏m PD&I. Com isso, aumenta a apresentação de novos projetos na produção de peças e equipamentos em parceria com a indústria brasileira. “Esse equipamento de PD&I, da forma que foi feito, rompeu barreiras com relação à aplicação dessa técnica. Hoje, sem o uso do mini charpy, tem partes mecânicas impossíveis de tirar (corpo de prova), parte de material para testes e avaliações e, com o mini charpy, é possível pela capacidade de testar materiais de tamanho miniaturizado”, completa Henry Fong, pesquisador principal do LTAD.
Prêmio “Pesquisador Inventor” Petrobras
Este já é o terceiro equipamento patenteado em co-titularidade entre a Petrobras e a UFU que proporcionaram aos pesquisadores do LTAD receberem o Prêmio “Pesquisador Inventor” Petrobras. No ano passado eles receberam o prêmio com dois equipamentos de inovação tecnológica para analisar componentes submersos. O “PropIn Situ” para a determinação de dureza em e com o “Dumar” equipamento para determinação em campo de propriedades mecânicas de componentes submersos.
O Prêmio Inventor Petrobras foi criado para reconhecer a expertise técnica, a competência e o trabalho colaborativo entre pesquisadores de centros de inovação parceiros e pesquisadores da Petrobrás e o potencial impacto da inovação, em âmbito nacional para o setor de óleo e gás.
COMUNICA UFU