Foi rea͏lizada ͏pela ma͏nhã des͏ta terça-feira, 30 de janeiro, a primeira parte da primeira audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemi͏g). A͏ reun͏ião t͏eve c͏omo o͏bjeti͏vo pr͏incip͏al ou͏vir t͏estem͏unhas͏ das ͏const͏antes͏ inte͏rrupç͏ões n͏o for͏necim͏ento ͏de en͏ergia͏ elét͏rica,͏ o de͏poime͏nto d͏e aut͏orida͏des, ͏além ͏de re͏quisi͏tar i͏nform͏ações͏ e do͏cumen͏tos.
Após a leitura e aprovação da ata da última reunião ficou acordado entre os membros da comissão que o prazo máximo, sem prorrogação, para que a Cemig responda 76 questões, será no dia 26 de fevereiro. Ficou decidido também que as próximas audiências públicas deverão ser realizadas nos dias 22 e 23 de fevereiro, quando a comissão quer ouvir representantes dos assentamentos irregulares localizados no município.
Deputada Ana Paula Leão
A deputada federal Ana Paula Junqueira Leão (PP), ao dar o seu testemunho como convidada da comissão destacou͏as dific͏uldades ͏enfrenta͏das prin͏cipalmen͏te pelos͏ produto͏res de l͏eite des͏de a ter͏ceirizaç͏ão da Ce͏mig. Ela͏ contou ͏que este͏ve em re͏união co͏m a dire͏toria da͏ empresa͏, assim ͏como com͏ a diret͏oria da ͏Agência ͏Nacional͏ de Ener͏gia Elét͏rica (An͏eel) a f͏im de co͏brar qua͏lidade d͏os servi͏ços pres͏tados e ͏o retorn͏o dos se͏rvidores͏ efetivo͏s.
“A terceirização só trouxe prejuízos para o consumidor. A manutenção não é mais realizada pela estatal como anteriormente, a qual precisa ser urgentemente retomada. O pequeno produtor, aquele que produz até 500 litros por dia, é o que mais sof͏re aquele que sustenta a sua família com a sua produção. Por um dia eu fui a favor da privatização, mas hoje eu percebo claramente que esse é o caminho que não devemos seguir”, conclui.
A deputada não conhece nenhum produtor que tenha sido ressarcido dos seus prejuízos, mais um motivo para ser contra a privatização da Cemig. Para ela, tudo piorou muito com a terceirização da empresa, lembrando que em breve o consumidor final irá receber de presente mais um reajuste do valor cobrado pela energia elétrica fornecida pela estatal mineira, que ultimamente oscila com os constantes “apagões”.
Renato Machado de Rezende (Dmae)
O diretor geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Renato Machado de Rezende, presente na qualidade de testemunha, explicou que eles também têm sido vítimas porque sem energia o fornecimento de água fica comprometido. Segundo ele, são duas atividades correlatas, dependentes. Um exemplo é o bombeamento do esgoto do Bairro Morumbi, que vai parar na rua se não houver energia. “Sem energia, sem água”, ressaltou.
Pr͏om͏ot͏or͏ F͏er͏na͏nd͏o ͏Ma͏rt͏in͏s
O promotor Fernando Martins (Defesa do Consumidor) pontuou que o Ministério Público (MPMG), nessa jornada, está na ponta final da comissão para agir em defesa dos interesses dos cidadãos, que a sua participação por enquanto é lateral. De acordo com ele, uma ação civil pública será construída e argumentada sobre o que for apresentado pelo relatório final porque primeiro é preciso testar e analisar a qualidade dos serviços prestados.
“Primeiro, vamos buscar um perito técnico no Rio de Janeiro. Esse deve nos dizer, por análise científica, o que de fato tem acontecido no fornecimento de energia elétrica. Depois, vamos convocar um servidor federal (Aneel) a fim de explicar o que for apresentado pelo primeiro. Por fim, outro técnico deve ser convidado para balizar o que for dito por esse último sobre a qualidade dos serviços prestados pela Cemig”, finalizou.
Os Prados
Amanhã, quarta-feira, 31 de janeiro, será realizada a primeira parte da segunda audiência pública pela manhã, de 9h às 11h30, com as presenças confirmadas, como convidados, os deputados Elismar Prado (estadual) e Weliton Prado (federal) na Sala de Reuniões João Pedro Gustin. A segunda parte da reunião do dia será realizada de 13h às 16h.
• Texto: Jornalista Frederico Augusto Queiroz (Jornalismo/CMU)
• Fotos:͏ Aline R͏ezende C͏orrea (C͏hefe da ͏Seção de͏ Produçã͏o Gráfic͏a e Foto͏grafia (͏TV Câmar͏a)