Afetando 10% da população feminina do país, a doença é comum, mas pouco conhecida e subdiagnosticada.
A Organização
Mundial
da Saúde
(OMS)
estipula
que
a
endometriose afeta
cerca de
180 milhões de
mulheres
no
mundo,
o que
corresponde
a cerca de 10%
da
população
feminina
global em
idade reprodutiva.
Só
no Brasil, são
mais
de
7 milhões
de
mulheres
diagnosticadas
com
endometriose.
A
endometriose
é
uma condição
na
qual o
tecido
semelhante ao revestimento
uterino cresce
fora
do
útero,
o
que pode
levar a
dores
intensas durante
o
ciclo
menstrual, as relações sexuais e
mesmo as atividades
cotidianas.
Visando
conscientizar a
população
sobre
esse tema,
a
campanha
do
Março
Amarelo é
um
período
dedicado
a
diversas
iniciativas
voltadas
para
o aumento
da compreensão
sobre
os sintomas,
diagnóstico
e
tratamento dessa
doença,
que muitas
vezes
é
negligenciada
ou mal compreendida. É uma
oportunidade essencial para
quebrar
tabus
e fornecer
apoio
às mulheres
que enfrentam
os
desafios físicos e
emocionais causados
pela
endometriose,
desempenhando
um
papel
fundamental
na
melhoria
da
qualidade
de
vida das
mulheres afetadas
por
essa
condição.
O
que
é
a endometriose?
A professora do curso
de Enfermagem
da Faculdade
Una
– que
integra
a
Ânima
Educação –,
Michelly
de
Melo Alves,
explica que
a
endometriose
é uma
doença relacionada ao endométrio,
uma camada
interna
do
útero
que cresce
no ciclo menstrual
por
meio
do estímulo dos
hormônios
dos
ovários
e
que
é
expelida
pela
menstruação
quando
não
ocorre
a
gravidez
durante
aquele
período.
“A
endometriose
ocorre
quando
esse endométrio é expelido
para
a
cavidade
extrauterina,
atingindo
o intestino,
bexiga,
ureter e
ovários,
ocasionando
muita
dor
nessa
região
abdominal”,
salienta.
Segu͏ndo ͏Alve͏s, a͏lgun͏s do͏s fa͏tore͏s de͏ ris͏co q͏ue o͏casi͏onam͏ a e͏ndom͏etri͏ose ͏são:͏ his͏tóri͏co f͏amil͏iar,͏ háb͏itos͏ de ͏vida͏ não͏-sau͏dáve͏is, ͏estr͏esse͏, má͏-ali͏ment͏ação͏, se͏dent͏aris͏mo e͏ aus͏ênci͏a de͏ aco͏mpan͏hame͏nto ͏peri͏ódic͏o co͏m o ͏médi͏co g͏inec͏olog͏ista͏. El͏a ta͏mbém͏ elu͏cida͏ que͏ cic͏los ͏mens͏trua͏is i͏rreg͏ular͏es, ͏com ͏flux͏os p͏rolo͏ngad͏os e͏ com͏ mai͏or v͏olum͏e, b͏em c͏omo ͏dor ͏pélv͏ica ͏e/ou͏ abd͏omin͏al d͏uran͏te o͏u ap͏ós a͏ rel͏ação͏ sex͏ual,͏ são͏ sin͏ais ͏de a͏lert͏a pa͏ra a͏s mu͏lher͏es. ͏“Dor͏es a͏o ur͏inar͏ e/o͏u na͏ ovu͏laçã͏o, a͏ntes͏ mes͏mo d͏a me͏nstr͏uaçã͏o, t͏ambé͏m sã͏o po͏ntos͏ de ͏aten͏ção”͏, co͏mple͏ment͏a.
A endometriose ainda é uma doença pouco conhecida e subdiagnosticada, apesar de ser comum. “É um assunto delicado para a mulher, que ocasiona vários fatores que interferem na saúde e na qualidade de vida, e o acesso à informação ainda é deficiente em relação ao assunto”, pondera Alves.
Diagnóstico
e
tratamento
Ao perceber
a
presença
de
sintomas,
as
mulheres
devem realizar
uma consulta, de
preferência
com
o
médico
ginecologista,
que
solicitará
uma série
de
exames, como
exame
físico
médico, exame
de sangue,
ultrassom,
ressonância magnética
e
videolaparoscopia.
Caso
o
diagnóstico de
endometriose
seja acertado, o
tratamento deve ser
realizado
por
meio de
um
medicamento hormonal,
que pode
impedir
a
ovulação
e
mesmo
interromper
a
menstruação.
“Também podem ser receitados anti-inflamatórios que vão reduzir a dor. E existe, ainda, a possibilidade de realizar tratamentos cirúrgicos, como a videolaparoscopia, um tipo de intervenção cirúrgica que identifica onde está localizado o endométrio e o extrai da cavidade abdominal”, explica a docente de Enfermagem.
Alves salienta que ainda não existem estudos comprovados a respeito de uma medicação e uma causa específica para a prevenção, mas que ela pode ser realizada por meio de hábitos saudáveis. “Então, realizar consultas médicas regulares ao ginecologista, praticar exercícios físicos, se alimentar de forma saudável, ter um sono equilibrado e diminuir o estresse são fatores que podem auxiliar, não apenas no combate à endometriose, mas em outras condições da saúde geral”, conclui a docente.