Fisioterapia pélvica é um dos tratamentos aliados na melhoria da qualidade de vida das mulheres portadoras dessa doença crônica
O
mês
de março
marca o
início das atividades
do Março
Amarelo,
mês
de
conscientização
sobre a endometriose, uma
doença
crônica
que
atinge
1
em cada 10 mulheres no país,
segundo
estimativas
da
Associação
Brasileira
de Endometriose e
Ginecologia Minimamente Invasiva. Caracterizada
pela presença
de um
tecido semelhante
ao endométrio fora
da cavidade
uterina, a
doença possui
vários
sintomas,
sobretudo,
cólicas
menstruais fortes
e
também
fora do
período
menstrual,
dor
durante
e
após as
relações sexuais,
com
desenvolvimento
da dispareunia, além
de
fadiga
e
cansaço extremo, inchaço abdominal,
dor e ou
sangue
nas
fezes
e
na
urina,
entre
outros.
Cada
mulher,
de
acordo com seu
diagnóstico, precisa
de
um
tratamento multidisciplinar a ser
realizado, que
pode englobar
uso
de
analgésicos, medicamentos hormonais,
cirurgias de
excisão
completa e,
ainda,
tratamentos
alternativos que
aliviam
os sintomas.
Dentre
eles,
está a
fisioterapia pélvica, uma
especialidade que atua
diretamente
na disfunção
dessa
região
baixa
do
abdômen.
Segundo
a
professora do
curso
de
fisioterapia
da
UniCesumar,
Kelley
Coelho, a
realização da fisioterapia pélvica ajuda,
sobretudo, no
alívio
da
dor.
“É
uma
área do
corpo
onde
estão
músculos
e ligamentos
que
sustentam órgãos como
bexiga,
útero,
intestino
e
responsável
pelo
controle
urinário, fecal
e
função
sexual.”
Ela
explica
que
a
intensidade
da dor
varia
de
mulher para mulher, que
pode
ir de
um
incômodo até o impedimento de atividades
rotineiras,
como um
simples ato
de
ir ao
banheiro. “De acordo
com a
queixa,
elaboramos
um
protocolo
de tratamento individualizado. fazemos uso de
equipamentos, técnicas manuais
e
exercícios
pélvicos que
auxiliam
no
tratamento.
Muitas
mulheres
não
conseguem
mais ter
uma vida
sexual ativa ou
estão com as
necessidades
fisiológicas comprometidas.
A
dor
leva
a
um aumento
da ansiedade
que, por sua
vez,
piora
a condição
da paciente.
A
fisioterapia
pélvica
entra
como aliada
na
melhoria
do tensionamento da musculatura que,
resulta
no alívio
dos sintomas”, detalha
a
professora.
A
eletroestimulação, conforme
ela,
tem o objetivo
de
promover
o
estado de analgesia, que
é a redução da
sensibilidade
da paciente
aos
sinais
de
dor,
por
meio
da
exposição a
pequenos e
indolores
níveis
de corrente elétrica. “Também
podemos
destacar
a
liberação
miofascial,
que
proporciona
um maior
relaxamento dos músculos dessa região, ao exercer
pressão
sobre
pontos específicos do
corpo, além
de
outras
técnicas também
como
laser,
radiofrequência, biofeedback”, diz Coelho,
completando que
as
melhoras
já
podem ser
percebidas logo
nas primeiras
sessões.
Nú͏me͏ro͏s
Estima-͏se
que ͏200 mil͏hões de͏ menina͏s
e
mul͏heres
s͏ejam
at͏ingidas͏
pela
e͏ndometr͏iose
em͏
todo
o͏
mundo.͏ No
Bra͏sil,
a
͏estimat͏iva
é
q͏ue
esse͏ número͏ seja
s͏uperior͏ a
seis͏
milhõe͏s
de po͏rtadora͏s. Apes͏ar dos ͏altos í͏ndices,͏
a doen͏ça
é
ne͏gligenc͏iada
e
͏invisib͏ilizada͏; prova͏ disso ͏é que a͏
endome͏triose
͏não é c͏onsider͏ada uma͏
doença͏
social͏,
o dia͏gnóstic͏o
é
tar͏dio
(le͏va
em
m͏édia
de͏ 7
a
12͏ anos),͏ os tra͏tamento͏s pela ͏rede
pú͏blica
s͏ão
inci͏pientes͏
ou
ina͏cessíve͏is
à
gr͏ande
ma͏ioria
e͏
as
cir͏urgias
͏restrit͏as, qua͏ndo
rea͏lizadas͏.
Lei
Este
ano, comemora-se
dois
anos
da
sanção
da
lei 14.324/2022,
que instaurou
o Dia de
Luta contra a
Endometriose,
o 13
de
março,
além
da
Semana
Nacional de Educação Preventiva
e
Enfrentamento
à
Endometriose.
O
dia
escolhido
é
em
homenagem
à 1ª edição
da EndoMarcha
no Brasil
e
no
mundo:
13
de
março
de 2014. A ideia
do
projeto
surgiu em
outubro
de
2014,
quando a
cidade de
Campo
Grande (MS)
instituiu
13
de
março como Dia
Municipal de
Luta contra
a Endometriose
–
e
a Semana
Nacional. Em
2016,
a
lei
foi
para
âmbito estadual,
em Roraima, e,
em
2019,
a
então
deputada
federal
Daniela do Waguinho
(União Brasil/RJ) encabeçou
o
PL
3047/
2019, que
deu
origem à lei.