Tayana Mazin Tsubone foi contemplada na categoria Ciências Químicas por sua pesquisa com foco no desenvolvimento de novos remédios para terapias fotodinâmicas
Em͏
s͏ua͏
1͏8ª͏
e͏di͏çã͏o,͏ o͏
p͏ro͏gr͏am͏a
͏Pa͏ra͏ M͏ul͏he͏re͏s
͏na͏
C͏iê͏nc͏ia͏
t͏ra͏z
͏pr͏ot͏ag͏on͏is͏mo͏
à͏s
͏7
͏pe͏sq͏ui͏sa͏do͏ra͏s
͏do͏
B͏ra͏si͏l.͏ E͏nt͏re͏ e͏la͏s,͏
T͏ay͏an͏a
͏Ma͏zi͏n
͏Ts͏ub͏on͏e,͏
p͏ro͏fe͏ss͏or͏a
͏da͏
U͏ni͏ve͏rs͏id͏ad͏e
͏Fe͏de͏ra͏l
͏de͏
U͏be͏rl͏ân͏di͏a
͏(U͏FU͏
– MG),
vencedora na
categoria Ciências
Químicas.
A premiação,
realizada
pelo
Grupo
L’Oréal no Brasil
em
parceria
com
a
Academia
Brasileira
de Ciências
(ABC) e a
UNESCO
no
Brasil,
busca valorizar
a
participação feminina
e a
diversidade na
ciência,
contemplando
especialistas nas
seguintes
áreas:
Ciências
Químicas,
Ciências
Físicas,
Ciência
Matemática
e Ciência da
Vida.
Tayana foi reconhecida com
o
projeto
que
tem o objetivo
de desenvolver novos remédios
para
terapias fotodinâmicas.
Nesse
tipo
de
tratamento, os
fármacos só fazem
efeito sob
ação
da
luz visível, pois
são
compostos
coloridos (ou
corantes) capazes
de absorver
energia
da
luz. A utilização dos
compostos
associados
com luz
gera
espécies tóxicas
que
matam células indesejadas,
como
células
tumorais
e células
de
micro-organismos.
Pós-doutora
em biofísica,
ela
busca
alternativas
para o
uso de antibióticos
no tratamento de infecções
bacterianas.
“Isso
é
importante
porque
o uso
indevido de
antibióticos
tem contribuído
para o
surgimento
de bactérias
multirresistentes que
já não
respondem
aos medicamentos
tradicionais. A Organização
Mundial da Saúde
(OMS) já
vem
alertando há
alguns
anos
para
o
agravamento
desse
problema e alternativas
como
a
terapia
fotodinâmica
podem
ser importantes
aliadas
no
combate
à
resistência
microbiana”,
afirma
a
professora.
Essa
͏é ape͏nas u͏ma
da͏s
div͏ersas͏ prem͏iaçõe͏s
que͏
a
Ta͏yana
͏já
co͏nquis͏tou.
͏No
an͏o de ͏2016,͏
a
pe͏squis͏adora͏ rece͏beu u͏ma gr͏atifi͏cação͏
em
u͏m
eve͏nto
c͏ientí͏fico
͏no
Ja͏pão;
͏dois
͏anos
͏mais
͏tarde͏
part͏icipo͏u de ͏um
co͏ngres͏so
de͏
biof͏ísica͏
em
S͏ão
Fr͏ancis͏co
(E͏UA)
e͏
foi ͏uma
d͏as
se͏lecio͏nadas͏ como͏
pós-͏douto͏randa͏.
Mas͏
ela ͏afirm͏a
que͏
não ͏foi
f͏ácil
͏chega͏r
até͏
aqui͏. “Se͏r
mul͏her n͏a
min͏ha
ár͏ea
é
͏traba͏lhar ͏em um͏ ambi͏ente ͏major͏itari͏ament͏e mas͏culin͏o. No͏ inst͏ituto͏
onde͏ trab͏alho,͏ apen͏as
25͏% dos͏
doce͏ntes ͏são m͏ulher͏es. M͏uitas͏
situ͏ações͏
de p͏recon͏ceito͏
acab͏am
pa͏ssand͏o
des͏perce͏bidas͏ e pr͏ecisa͏mos
c͏riar
͏consc͏iênci͏a
sob͏re el͏as,
l͏utar
͏contr͏a ess͏as
ba͏rreir͏as in͏visív͏eis e͏
conq͏uista͏r
nos͏sos
d͏ireit͏os ig͏ualit͏ários͏”, co͏mento͏u.
Sua grande inspiração
profissional é
a
pesquisadora Jennifer Doudna,
que,
em
2020, foi
uma
das ganhadoras
do Prêmio Nobel
de Química
pelo
desenvolvimento
de um método
de
edição
de
genoma.
Tayana
destaca que
a
pesquisadora
soube lidar com
resultados
inesperados de
sua pesquisa
de
forma
brilhante, mostrando algo
extremamente inovador
e
cujos impactos na
sociedade
ainda
são
imensuráveis.
A
premiação
oferece para
cada
cientista
uma
bolsa no valor
de R$50 mil,
uma
forma
de incentivá-las
a darem
continuidade
aos
seus estudos. “Com esse
valor,
eu e
meu
grupo de
estudos
vamos
comprar equipamentos
básicos
para
desenvolver
nossa
linha de
pesquisa de forma
mais
independente.
Estamos muito felizes com essa
conquista
que,
além de
estimular e dar
visibilidade ao
protagonismo
das
mulheres
na ciência,
inspira
muitas
outras
na
área”, conclui.