Certificado que reconhece que a cidade eliminou a transmissão vertical do vírus será concedido pelo Ministério da Saúde em cerimônia nesta sexta-feira (8); trabalho de pré-natal é uma das principais políticas públicas que Município desenvolve
O acompanhamento e cuidados oferecidos pela Prefeitura de Uberlândia às gestantes acaba de alcançar mais um importante reconhecimento. Na próxima sexta-feira (8), a cidade receberá o “Certificado de Eliminação de Transmissão Vertical do HIV”, um documento do Ministério da Saúde que atesta que o Município conseguiu zerar a transmissão de mãe para filho, durante a gestação, do vírus causador da Aids no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para conceder o certificado, a Comissão Nacional de Validação (CNV), criada pelo Ministério da Saúde, avaliou vários critérios de impacto dos últimos dois anos, principalmente os relacionados à quantidade de gestantes soropositivas, todo o acompanhamento desde o pré-natal ao parto, incluindo a cobertura mínima de quatro consultas no pré-natal, a taxa de transmissão vertical do HIV, além do acompanhamento do bebê nos primeiros anos de vida, ações de prevenção na Atenção Primária e assistência na maternidade, entre outros.
Segundo a coordenadora do Programa de Infecções Sexuais Transmissíveis IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde, Cláudia Spirandelli, após preencher todos os requisitos para envio da documentação, o Município ainda recebeu visita da Equipe Nacional de Validação (ENV) em setembro deste ano.
“Essa visita ocorreu para confirmar nossa aptidão a receber o certificado. Nesta fase, os representantes conheceram todos os nossos processos, o trabalho da equipe e como fazemos os acompanhamentos dos pacientes desde as ações desenvolvidas na Atenção Primária, no Ambulatório Herbert de Sousa e na maternidade à qual as pacientes com HIV são referenciadas”, explicou Claudia.
A transm͏issão ve͏rtical o͏corre qu͏ando a m͏ãe não é͏ diagnos͏ticada o͏u tratad͏a adequa͏da e opo͏rtunamen͏te. Assi͏m, há ri͏sco de t͏ransmiss͏ão da in͏fecção d͏o HIV pa͏ra a cri͏ança dur͏ante a g͏estação,͏ parto e͏ a amame͏ntação. ͏Com o us͏o de pro͏tocolos ͏e pelo a͏companha͏mento cl͏ínico ri͏goroso d͏as gesta͏ntes sor͏opositiv͏as e dos͏ seus be͏bês, a P͏refeitur͏a de Ube͏rlândia ͏atua em ͏diversas͏ frentes͏.
Além do amplo atendimento disponibilizado na Rede Municipal de Saúde, que inicia na Rede de Atenção Básica e passa pelo Ambulatório Herbert de Souza (referência na prevenção, diagnósticos e acompanhamento no setor de ISTs), o Município possui um Comitê de Mortalidade Materno Infantil, que realiza a investigação de todos os óbitos ocorridos em residentes de Uberlândia e subsidia estratégias para desenvolver propostas e ações para fortalecer a atenção à gestante e ao recém-nascido, buscando evitar novas ocorrências. O comitê atua junto à Rede Municipal da Saúde da Criança e à Rede Municipal da Saúde da Mulher, envolvendo médicos, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros e farmacêutico.
De 2020 ͏a 2021, ͏a cobert͏ura de g͏estantes͏ com qua͏tro ou m͏ais pré-͏natais p͏assou de͏ 98% par͏a 99%. T͏ambém ne͏sses doi͏s anos, ͏100% das͏ gestant͏es reali͏zaram pe͏lo menos͏ um test͏e para H͏IV duran͏te o pré͏-natal e͏ houve a͏companha͏mento de͏ todas a͏quelas d͏iagnosti͏cadas co͏m vírus ͏em uso d͏e terapi͏a antirr͏etrovira͏l (Tarv)͏.
Na Rede Municipal de Saúde de Uberlândia, o teste para detecção do HIV é feito no primeiro trimestre de gestação e está sendo implantado junto com o pedido de beta HCG (exame de sangue que comprova a existência de gravidez). Além disso, todos os recém nascidos expostos ao HIV recebem alta com consulta agendada para acompanhamento. Entre 2020 e 2021, 58 crianças nasceram de mães com HIV na cidade. Todas receberam diagnóstico negativo para o vírus.