Ps͏ic͏ól͏og͏a ͏av͏al͏ia͏ f͏at͏or͏es͏ c͏om͏po͏rt͏am͏en͏ta͏is͏ q͏ue͏ p͏od͏em͏ c͏on͏tr͏ib͏ui͏r ͏pa͏ra͏ o͏ a͏um͏en͏to͏ d͏es͏se͏ n͏úm͏er͏o ͏na͏ G͏en͏ Z
O núme͏ro de ͏demiss͏ões po͏r just͏a caus͏a se s͏uperou͏ no in͏ício d͏e 2024͏, cheg͏ando a͏ 39.51͏1. De ͏acordo͏ com u͏m leva͏ntamen͏to da ͏LCA Co͏nsulto͏res, o͏ total͏ de de͏missõe͏s por ͏justa ͏causa ͏de jan͏eiro é͏ 11,5%͏ maior͏ do qu͏e de d͏ezembr͏o do a͏no pas͏sado e͏ repre͏senta ͏25,6% ͏a mais͏ do qu͏e os 3͏1.454 ͏deslig͏amento͏s tido͏s em j͏aneiro͏ de 20͏23, se͏gundo ͏dados ͏do Cad͏astro ͏Geral ͏de Emp͏regado͏s e De͏sempre͏gados ͏(Caged͏), do ͏Minist͏ério d͏o Trab͏alho e͏ Empre͏go.
Rosângela Batista, psicóloga, afirma que existe um novo comportamento após a onda de trabalho home office: “Se, por um lado, estar em casa permite uma maior autonomia, convivência familiar, disponibilidade para autocuidado e principalmente ficar fora da longa e muitas vezes árdua tarefa de depender do transporte público para chegar ao trabalho, por outro, falando de comportamento humano nas organizações, temos o fato de algumas pessoas terem ‘desaprendido’ regras sociais de convivência, as quais trabalhar em casa permitiu ser extinguida de sua rotina.”
Para a psicóloga, a falta de preparo para a vida social corporativa advém de questões emocionais que levam à vulnerabilidade para lidar com hierarquia, ordem, cobranças, responsabilidades e trabalho em grupo em um organismo o qual terá que atender as necessidades da empresa. A geração Z está acostumada a uma velocidade muito maior do que as empresas podem acompanhar, sem contar a visão muito diferente das gerações anteriores, as quais possuem propósitos mais claros, evitam trabalhar em empresas que não se preocupam com sustentabilidade ou diversidade, e não querem estar vinculados com empresas que não estão de acordo com seus valores.
O mercado se depara com jovens que já entram em um período pós pandemia, que foi determinante para a maneira de pensar. Prezar pela saúde mental se torna fundamental na carreira. “Temos uma geração de insatisfeitos entrando no mercado de trabalho, que sentem uma urgência por maior flexibilidade e com inúmeras dificuldades emocionais. Jovens estão mais propensos a desistir do seu emprego à medida que se sentem sobrecarregados e estressados, com a saúde mental afetada e com pouca resiliência para lidar com o embate dos gestores muitas vezes de gerações anteriores” – explica ͏a psicól͏oga.
Todo o cenário comportamental pode estar aumentando o número de demissões e afetando o mercado. Somado a isso, o aquecimento do mercado traz muitas oportunidades de emprego, o que gera esta facilidade nos pedidos de demissões, e nas demissões por justa causa que podem estar ligadas ao fenômeno de demissão silenciosa, em que o profissional se afasta “silenciosamente” de suas funções, fazendo o mínimo do que é encarregado, o que ocasiona a demissão por justa causa.