A terceira margem da folha”, lançamento de Thiago Arantes, mistura elementos mágicos ao cotidiano para pensar a vida
Quando
era apenas
uma criança,
durante
uma aula de
redação
particular,
Thiago Arantes
segurou uma
página
em branco
e
fez
uma
promessa a
si
mesmo
enquanto todos
os
colegas
reclamavam
das
tarefas
de
língua portuguesa:
“não
sei
o que
farei no futuro,
mas
serei escritor!”. Há
quatro anos, ele lembrou
da
cena adormecida na
memória
e voltou
a encontrar
na
literatura e
na
escrita uma
salvação
pessoal
diária.
Assim
deu
vida
ao
livro
de
contos
fantásticos
A terceira
margem da folha.
O mi͏neir͏o di͏vide͏ o t͏empo͏ ent͏re e͏scre͏ver,͏ lec͏iona͏r e ͏advo͏gar.͏ Mas͏ o q͏ue s͏empr͏e bu͏scou͏ par͏a o ͏dia ͏a di͏a é ͏o op͏osto͏ da ͏lógi͏ca a͏cele͏rada͏ que͏ o m͏undo͏ imp͏õe h͏oje.͏ Ins͏pira͏do p͏ela ͏cria͏ção ͏de i͏nfân͏cia ͏volt͏ada ͏para͏ o l͏údic͏o e ͏para͏ a e͏spir͏itua͏lida͏de, ͏ele ͏aind͏a ac͏redi͏ta q͏ue a͏ rea͏lida͏de t͏em u͏m qu͏ê de͏ mag͏ia. ͏“Qua͏ntas͏ vez͏es n͏os s͏urpr͏eend͏emos͏ com͏ a e͏xist͏ênci͏a? Q͏uero͏ est͏ar n͏o li͏mbo ͏entr͏e as͏ lei͏s da͏ fís͏ica ͏e os͏ sup͏er-h͏erói͏s”, ͏refl͏ete.
Thiago lançou mão do realismo fantástico, gênero literário que reúne grandes expoentes na América Latina, como uma forma de viver essa utopia. Dividida em 12 contos, a obra mistura elementos sobrenaturais e mágicos com situações do cotidiano, gerando certa estranheza e mistério. Ele cria esta leitura provocadora com o uso de figuras de estilo, de linguagem e da expressividade por meio da sonoridade poética.
Casa é onde estamos à vontade. Eu construí a minha ali, entre o real e mágico, o cômico e o trágico, entre a força de saber frágil gente e um super-herói com poderes impensáveis para os catedráticos da lógica, os desprovidos de sonho. Como um sol poente que sempre volta para nascer de novo, eu retorno às teclas, hoje sem o barulho charmoso das pesadas máquinas de outrora, de onde brotaram tantos impossíveis, para construir a minha casa, que outros visitarão. (A terceira margem da folha, p. 16) .
O título da coletânea é uma referência direta ao conto de Guimarães Rosa, A terceira margem do rio, que também utiliza características do realismo mágico. No prefácio, Jô Drumond – escritora, tradutora, PhD em Literatura Comparada e pesquisadora do autor de Grande sertão: veredas – destaca que Thiago homenageia o texto com uma releitura “na qual ele imita o maneirismo rosiano sem intenção de fazer plágio, sátira, ironia ou caricatura”.
Os contos são atravessados por questões filosóficas e metafísicas naturais aos seres humanos, como vida, morte, destino, arrependimento e desilusão. Os personagens não são nomeados, nem os locais onde se passam as histórias. Dessa forma, leitores podem explorar o imaginário para se identificar com as experiências fantásticas que ressoam às próprias lembranças.
Ficha
técn͏ica
Título:
A
terceira
margem da folha
Autor:
Thia͏go
A͏rant͏es
Editora:
Artêra
Editorial
(Selo
da
Editora
Appris)
ISBN:
978-65-250-5152-9
Páginas:
100
Preço:
R$
49,00
(físico)
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