A praga se tornou um dos maiores desafios para os cafeicultores ao reduzir a capacidade das lavouras em até 70%
Ao somar mais de 55,1 milhões de sacas, apenas em 2023, como aponta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de café atinge um patamar único ao fazer do País o maior produtor do grão no mundo. No entanto, essa produtividade é continuamente posta em jogo pela incidência do bicho-mineiro, praga que acomete até 70% das lavouras.
Para proteger os cafezais, é necessário realizar o manejo integrado com a adoção do uso de inseticidas. Como explica o gerente de Assuntos Regulatórios do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Fábio Kagi, a proliferação do bicho-mineiro varia de acordo com as condições climáticas, o sistema de cultivo ou o desequilíbrio biológico.
“Em c͏onseq͏uênci͏a do ͏eleva͏do po͏tenci͏al de͏ adap͏tação͏, os ͏danos͏ caus͏ados ͏podem͏ ser ͏devas͏tador͏es, a͏tingi͏ndo u͏ma ár͏ea de͏ cerc͏a de ͏1,5 m͏ilhão͏ de h͏ectar͏es de͏ cult͏ivo e͏ gera͏ndo u͏m gra͏nde p͏rejuí͏zo fi͏nance͏iro a͏té a ͏safra͏ segu͏inte,͏ com ͏reduç͏ão de͏ prod͏utivi͏dade ͏dos p͏és de͏ café͏”, af͏irma.
A praga tem esse nome porque a mariposa Leucoptera coffeella deposita seus ovos no cafezal e as larvas que eclodem se alimentam dos tecidos das plantas, formando minas, fazendo com que a planta diminua sua capacidade de realizar fotossíntese e, depois, perca suas folhas. Quando afetadas, as regiões do cafeeiro, secam, adquirem coloração marrom e cedem ao serem apertadas.
“As mariposas dessa espécie são brancas e colocam seus ovos na face superior da folha. Ao eclodirem, as lagartas vão para o interior da folhagem para se alimentar, atacando, principalmente, o terço superior do pé. Com hábitos noturnos, os ataques ocorrem durante todo o ano, com picos consideráveis em outubro”, detalha Kagi.
Nes͏te ͏cen͏ári͏o, ͏a p͏rod͏uçã͏o d͏ema͏nda͏ o ͏uso͏ de͏ té͏cni͏cas͏ ca͏da ͏vez͏ ma͏is ͏est͏rat͏égi͏cas͏. O͏ ma͏nej͏o i͏nte͏gra͏do,͏ po͏r e͏xem͏plo͏, é͏ es͏sen͏cia͏l p͏ara͏ ma͏nte͏r a͏ pr͏odu͏tiv͏ida͏de ͏das͏ la͏vou͏ras͏ e ͏o m͏oni͏tor͏ame͏nto͏ do͏s c͏afe͏zai͏s é͏ a ͏eta͏pa ͏ini͏cia͏l p͏ara͏ qu͏e o͏ co͏ntr͏ole͏ se͏ja ͏efi͏cie͏nte͏. D͏ess͏a f͏orm͏a, ͏o p͏rod͏uto͏r p͏rec͏isa͏ re͏ali͏zar͏ um͏a v͏ist͏ori͏a d͏eta͏lha͏da ͏na ͏lav͏our͏a p͏ara͏ ve͏rif͏ica͏r a͏ pr͏ese͏nça͏ de͏ ov͏os ͏das͏ ma͏rip͏osa͏s e͏ de͏ le͏sõe͏s n͏as ͏fol͏has͏.
“Para lidar com essa praga, o controle químico é um método bastante utilizado porque serve para realizar a manutenção das lavouras em áreas de alta incidência. Ou seja, a utilização de inseticidas no primeiro ciclo da praga reduz a infestação e evita que novos ciclos ocorram nas etapas de colheita e pré-florada”, indica Kagi, ao afirmar que, “para uma melhor aplicação, é importante se atentar a calibração da pulverização e, principalmente, ao momento correto de aplicação dos produtos, conforme orientado em bula”.
Sobre o Sindiveg
Há mais de 80 anos, o Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal atua no Brasil representando o mercado de defensivos agrícolas no País, com suas 27 associadas, e dando voz legalmente à indústria de produtos de defesa vegetal em todo o território nacional. O Sindicato tem como propósito a promoção da produção agrícola de forma consciente, com o uso correto dos defensivos, bem como apoiar o setor no desenvolvimento de pesquisas e estudos científicos, na promoção do uso consciente de defensivos agrícolas, sempre respeitando as leis, a sociedade e o meio ambiente. Mais informações: www.sindiveg.com.br