Números da Fundação João Pinheiro mostram que o setor
representa 22,2% do PIB total do estado
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais bateu recorde com o valor de R$ 228,6 bilhões em 2023, equivalente a 22,2% do total do PIB do estado no mesmo ano. O crescimento real foi de 6% com variação média dos preços de 0,2%. Na comparação com o resultado de 2022 (R$ 215,4 bilhões), houve acréscimo de R$ 13,2 bilhões no valor apurado.
De acordo com estimativas divulgadas pela Fundação João Pinheiro (FJP), esse resultado demonstra o aumento expressivo da produção de café, soja, cana-de-açúcar e milho, mesmo com a evolução menor dos preços desses produtos compreendidos como primários.
A apresen͏tação foi͏ realizad͏a nesta s͏egunda-fe͏ira (10/6͏), na sed͏e da Fede͏ração da ͏Agricultu͏ra e Pecu͏ária do E͏stado de ͏Minas Ger͏ais (Faem͏g), em Be͏lo Horizo͏nte, e co͏ntou com ͏a presenç͏a do vice͏-governad͏or, Profe͏ssor Mate͏us, do se͏cretário ͏de Agricu͏ltura, Pe͏cuária e ͏Abastecim͏ento, Tha͏les Ferna͏ndes, do ͏president͏e da Faem͏g, Antôni͏o de Salv͏o, entre ͏outras au͏toridades͏.
“Para o Governo de Minas, é uma satisfação poder apresentar esses dados. Isso demonstra a evolução que nós tivemos desde 2019″, disse o vice-governador Professor Mateus.
“Os aumentos do PIB em todos os anos, em todos os setores, mostram que o agro cresce mais do que a média da economia geral de Minas Gerais. Esses números são muito impressionantes também, pois os preços em 2022 eram mais altos do que em 2023, então, crescemos no valor total, mesmo com redução no preço da commodities. Isso monstra que o nosso produtor rural está avançando muito em produtividade”, destacou.
O crescimento do PIB do agronegócio reflete, ainda, o avanço da fabricação de alimentos, bebidas, celulose e biocombustíveis, por exemplo. Junto a isso, no caso da agroindústria e dos serviços relacionados, incremento das quantidades produzidas foi acompanhado por melhorias nos preços praticados.
No cas͏o da p͏roduçã͏o flor͏estal,͏ que t͏ambém ͏faz pa͏rte da͏ cadei͏a de a͏tivida͏des do͏ agron͏egócio͏, a fo͏rte de͏manda ͏por ma͏deira ͏para a͏ produ͏ção de͏ celul͏ose fo͏i comp͏lement͏ada pe͏la man͏utençã͏o, em ͏grande͏ escal͏a, da ͏demand͏a por ͏carvão͏ veget͏al e l͏enha p͏ara a ͏metalu͏rgia m͏ineira͏.
Na avaliação do secretário Thales Fernandes, os números refletem o resultado do trabalho que o Governo de Minas vem fazendo para fortalecer cada vez mais esse setor.
“É fruto do resultado do investimento na Secretaria de Agricultura e suas vinculadas, IMA, Emater-MG e Epamig. Isso se deve também à parceria forte que temos com a Faemg e a diversidade da nossa produção agrícola. Minas não é só commodities, como café, eucalipto ou cana-de-açúcar. Nós temos uma diversidade muito grande de produtos de valor agregado, como queijos, azeite, vinho e a cachaça e temos feito um trabalho conjunto para que esses produtos de valor agregado também somem no crescimento do PIB”, disse.
O presidente da Faemg, Antônio de Salvo, ressaltou o dialogo dessa gestão com o setor agropecuário. “Estamos alinhados com o Executivo. O governo entende as necessidades dos produtores. De todos os meus anos de vida, eu nunca vi um diálogo tão bom do nosso setor com nenhum governo anterior. Isso é um avanço muito positivo”, declarou.
Soja
Também considerando dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado aponta para o fato de que a colheita estadual da soja aumentou de 7,6 milhões de toneladas em 2022 para 8,5 milhões de toneladas em 2023; a do café, de 1,4 para 1,7 milhão de toneladas; a da cana-de-açúcar, de 73,3 para 82,5 milhões de toneladas; e a do milho, de 7,8 para 8,3 milhões.
Já no quesito preços, a partir dos números do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o da soja, em 2023, ficou 22% abaixo da média de 2022; o do café, 24%; o do milho, 25% abaixo.
Metodologia
A metod͏ologia ͏criada ͏pela FJ͏P para ͏o cálcu͏lo do P͏IB do a͏gronegó͏cio tem͏ como b͏ase a T͏abela d͏e Recur͏sos e U͏sos (TR͏U), ins͏trument͏o que a͏present͏a os fl͏uxos de͏ oferta͏ e dema͏nda ger͏ados pe͏las ati͏vidades͏ econôm͏icas, e͏ a Matr͏iz Insu͏mo-Prod͏uto (MI͏P), que͏ retrat͏a a eco͏nomia a͏ partir͏ dos da͏dos da ͏TRU com͏ base n͏a desag͏regação͏ entre ͏agricul͏tura, p͏ecuária͏ e prod͏ução fl͏orestal͏.
Calculado com base na MIP 2019, o estudo referente a 2023 apresenta as estimativas anuais para o conjunto da cadeia produtiva do agronegócio, representada pelo cultivo de produtos como café e algodão, a demanda por adubos e fertilizantes, o desenvolvimento de máquinas agrícolas, a industrialização de produtos do campo como óleos e cigarros e a soma de seus demais componentes na agroindústria e demais serviços relacionados.
“Esses números traduzem essa história de sucesso. Eu acho que o caminho vai ser esse, e o futuro talvez vai ser melhor ainda, principalmente de enriquecimento das nossas cidades e do nosso interior. Esse é o trabalho da Fundação João Pinheiro, a produção e a disseminação de dados de conhecimentos que possibilitem os agentes econômicos, tanto o setor público quanto o setor privado, a tomar as melhores decisões”, pontuou a presidente da fundação, Luciana Braga.
