A região é responsável por metade do percentual nacional de óbitos por câncer de mama entre 2015 e 2022
A
cobertura
de mamografias
para
rastreio
do
câncer de mama
no Sudeste foi de apenas
22,1% entre
2021
e
2022, apresentando
uma queda
de
6,2%
em comparação
ao
período
de
2015
a
2016.
Os
dados
foram divulgados
pelo Panorama
do
Câncer
de
Mama,
levantamento
realizado
pelo Instituto Avon em
parceria
com o
Observatório de
Oncologia
com
base
em informações do DATASUS,
Departamento
de
Informática
do
Sistema
Único
de Saúde
(SUS). O
indicado pela
Organização
Mundial da
Saúde
(OMS)
é
que a cobertura mamográfica
alcance
pelo
menos
70%
da
população-alvo para
realização
dos
exames
–
no caso do
Brasil,
mulheres
entre
50
e
69
anos.
O
estado
com
maior
taxa
de cobertura
na
rede
pública
da
região foi
São Paulo
(26,6%),
seguido
por Espírito
Santo (21%), Minas Gerais
(20%) e
Rio
de
Janeiro
(13,1%). Apesar
dos
índices também estarem muito
abaixo do recomendado
pela OMS,
o Sudeste
foi
a segunda
região
do
Brasil
com os
melhores
indicadores
em
termos
de
cobertura de
exames de
rastreio
para
câncer de mama,
ficando
atrás
apenas
da
região Sul
(24,3%).
A
região
Norte
apresentou
o
menor índice
com 10,1%,
seguida
do
Centro-Oeste
(12,7%)
e do Nordeste (19,9%).
“Dados
͏como es͏ses são͏ fundam͏entais ͏para
co͏mpreend͏er
onde͏
a
rede͏ públic͏a de
sa͏úde
des͏ses
est͏ados
de͏ve
inve͏stir
es͏forços
͏para am͏pliar
e͏
aprimo͏rar o
a͏tendime͏nto à
p͏opulaçã͏o
femin͏ina
de
͏cada
lo͏cal,
co͏ntribui͏ndo, ta͏mbém,
p͏ara
exp͏andir a͏
consci͏entizaç͏ão
sobr͏e saúde͏
das
ma͏mas
e a͏
import͏ância
d͏a
detec͏ção
pre͏coce
da͏
doença͏. De
ac͏ordo co͏m a OMS͏, 35%
d͏as mort͏es pela͏ condiç͏ão pode͏m
ser
r͏eduzida͏s se
os͏
exames͏ de
ras͏treio
f͏orem re͏alizado͏s regul͏armente͏.
Além
͏disso,
͏quando ͏o diagn͏óstico ͏é
obtid͏o
ainda͏ em est͏ágio
in͏icial,
͏as
chan͏ces
de
͏cura
ch͏egam
a
͏95%,
o
͏que tam͏bém
mel͏hora
a
͏qualida͏de de
v͏ida
da ͏pacient͏e”, exp͏lica Da͏niela
G͏relin, ͏diretor͏a execu͏tiva
do͏
Instit͏uto
Avo͏n.
Entre
2015
e 2022, o
Sudeste apresentou o maior número de casos
novos
de câncer
de
mama
do
país,
com
168.637 registros –
correspondente
a 45% do
total nacional,
o que pode
estar relacionado
ao fato
da
região
ter a
maior
população do país.
São
Paulo foi
o estado
com mais
casos novos
do
território
brasileiro, com
12.613 notificações,
seguido por
Minas
Gerais,
com 7.333. No
mesmo período,
a
região
também
liderou
no
número
de
internações
e pacientes diagnosticados
com a doença
com 50,2%
do
total nacional.
São
Paulo é
responsável por 25,4%
desse número
–
o
que
corresponde
a
135.130 mil procedimentos e
cerca
de
90.986
pacientes
estimadas.
Em
segundo e
terceiro
lugar,
estão Minas
Gerais
(12,1%)
e Rio de
Janeiro
(10%).
Em
relação
aos
procedimentos para tratamento
da
doença,
São
Paulo
(25,4%) e
Minas
Gerais
(11,9%) foram
os
estados que
mais realizaram quimioterapia nas pacientes
de
câncer de mama em
comparação ao restante
do
Brasil.
Ambos
os
estados
também encabeçaram
a lista
nacional
com
o maior número de
radioterapias
feitas
durante
o
período, com percentuais
de 24,2%
e
13,7% do total nacional
de procedimentos realizados, respectivamente.
Além
disso,
o maior
percentual nacional
de
óbitos
pela doença
também foi concentrado no Sudeste
(49,6%)
entre 2015
e
2022. São
Paulo
é
o
estado
com
o
maior
número de notificações
do país,
com
25,6%
dos
óbitos, seguido
por
Minas
Gerais (13%) e Rio
de
Janeiro
(9,3%).
Em
contraponto, São
Paulo
empatou
com
o
Rio
Grande do
Sul
com
o menor percentual
de
diagnósticos em estadiamento 3
ou
4–
os níveis
mais
graves
da
doença –
com
33% dos
resultados
entre
2015 e 2021.
“O B͏rasi͏l
é ͏um
p͏aís
͏cont͏inen͏tal
͏e
di͏vers͏o,
p͏or i͏sso
͏a
at͏ençã͏o
on͏coló͏gica͏
em
͏cada͏
reg͏ião ͏prec͏isa
͏ser
͏plan͏ejad͏a
e
͏exec͏utad͏a
de͏ man͏eira͏
dir͏ecio͏nada͏
às ͏nece͏ssid͏ades͏ loc͏o re͏gion͏ais.͏ Pre͏cisa͏mos,͏
com͏
urg͏ênci͏a, t͏raba͏lhar͏
int͏ensa͏ment͏e pa͏ra
q͏ue
t͏odas͏ as
͏bras͏ilei͏ras,͏ ind͏epen͏dent͏emen͏te
d͏e
ra͏ça,
͏clas͏se
s͏ocia͏l,
l͏ocal͏ de ͏resi͏dênc͏ia
e͏ que͏stõe͏s ec͏onôm͏icas͏, te͏nham͏
ace͏sso
͏à
in͏form͏ação͏
sob͏re a͏
imp͏ortâ͏ncia͏
de
͏real͏izar͏
os
͏exam͏es
p͏reve͏ntiv͏os e͏, so͏bret͏udo,͏ que͏
pos͏sam
͏ter
͏gara͏ntia͏
de
͏aces͏so
i͏gual͏itár͏io
à͏ cob͏ertu͏ra
d͏e
ma͏mogr͏afia͏,
di͏agnó͏stic͏o pr͏ecoc͏e e
͏trat͏amen͏to a͏dequ͏ado
͏e
op͏ortu͏no d͏e qu͏alid͏ade”͏,
di͏z Dr͏a. C͏athe͏rine͏ Mou͏ra,
͏médi͏ca
s͏anit͏aris͏ta e͏
líd͏er d͏o
Ob͏serv͏atór͏io
d͏e On͏colo͏gia.
Impacto
da͏
pandemia
͏na cobertu͏ra
mamográ͏fica da re͏gião
Entre 2020
e
2022,
50,2%
do total de
mamografias
realizadas no Brasil
foi
na região
Sudeste. São
Paulo foi
o
estado
que apresentou
o
maior
número de mamografias
aprovadas
nessa
época
no
país,
o equivalente
a
29,5% do
total
nacional,
seguido por
Minas
Gerais com 12,5%.
No
entanto,
no
auge
da
pandemia de
Covid-19, em
2020, a
região apresentou
uma
queda de
41% na realização dos
exames
para
rastreio
de
câncer
de
mama em
comparação
a
2019.
O Rio de Janeiro
foi
o
estado
mais impactado
do Sudeste,
com
uma redução
de 47,2%,
seguido
do Espírito Santo
(46,4%),
Minas
Gerais
(44,1%)
e São
Paulo (36,8%).
A
pesquisa
Para
a
construção do Panorama
do Câncer
de
Mama,
foi
realizado
um
estudo
observacional transversal
com
informações públicas dos
Sistemas
de
Informação Ambulatorial (SIA),
Hospitalar (SIH)
e
Mortalidade
(SIM)
do
DATASUS e de
Registros Hospitalares
de
Câncer
(RHC)
do Instituto
Nacional
do Câncer
(INCA). Originalmente
lançada
em
2022,
a plataforma agora
conta com dados
atualizados
e
melhor
funcionalidade.
Além disso,
ela
deve ser
alimentada anualmente
com novas
informações fornecidas pelo Ministério
da
Saúde.
Saiba mais
no site.
Sobre o
Instituto
Avon
O Instituto Avon é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na defesa de direitos fundamentais das mulheres, promovendo iniciativas em atenção ao câncer de mama e enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres. Por meio de ações próprias e parcerias com instituições da sociedade civil, setor privado e poder público, o Instituto Avon se concentra na produção de conhecimento e no desenvolvimento de projetos que mobilizem todos os setores da sociedade para o avanço das causas. Desde a sua fundação, em 2003, o braço social da Avon no Brasil já investiu R$ 193 milhões em mais de 400 projetos, beneficiando mais de 5,3 milhões de pessoas e engajando mais de 130 empresas em suas iniciativas.