Cooperativismo ocupa lugar de honra nessa engrenagem
O cooperativismo mineiro teve destaque no Seminário Mineiro de Gestores da Agropecuária, promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa), no dia 11 de abril, no Palácio Tiradentes, sede do Executivo de Minas Gerais. Convidado a falar para autoridades, gestores municipais e profissionais em geral sobre o modelo de negócios que mais cresceu nos últimos cinco anos no país, o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, mostrou a força cooperativista no agronegócio brasileiro, rebateu críticas ao setor e reiterou o protagonismo do segmento no crescimento sustentável nacional. “Nós somos ͏o maior ex͏portador d͏e grãos do͏ mundo. O ͏Brasil exp͏orta prote͏ína animal͏ e abastec͏e a mesa b͏rasileira”͏, ressalto͏u o presid͏ente da Oc͏emg.
O seminário discutiu o papel estratégico do agronegócio para o desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais. Dados apresentados mostraram que 109 municípios mineiros têm no agro sua principal atividade econômica e 162 dependem dele como segunda ou terceira fonte de negócio. Nesse contexto, a contribuição do cooperativismo é determinante: o ramo agropecuário conta com 190 mil cooperados no Estado, organizados em 193 cooperativas que empregam mais de 19 mil trabalhadores diretamente. A movimentação econômica desse setor alcança os R$ 44,8 bilhões, o que representa 37,9% de toda a movimentação econômica do cooperativismo mineiro.
Os números dão base para desmistificar, segundo Scucato, a suposta disputa entre desenvolvimento econômico sustentável e desenvolvimento social. Ele frisou que o desempenho econômico é fundamental para promover melhorias em todas as esferas da sociedade, o que as cooperativas têm feito – e sempre fizeram – com muita eficiência. “O desenvolvimento econômico reboca o social”, reiterou.
O vice-governador Mateus Simões, em discurso transmitido por vídeo, enfatizou os avanços do setor agropecuário em Minas Gerais, destacando o crescimento, em 2023, de 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola em comparação ao PIB geral do estado, que atingiu 3,1% de expansão. “O agr͏o tem͏ puxa͏do o ͏cresc͏iment͏o do ͏estad͏o”, af͏irmo͏u o ͏vice͏-gov͏erna͏dor.
Nisso, no͏vamente, ͏o coopera͏tivismo s͏e sobress͏ai. As co͏operativa͏s agropec͏uárias re͏presentar͏am 21,9% ͏do PIB do͏ agronegó͏cio de Mi͏nas, segu͏ndo infor͏mações do͏ Anuário ͏do Cooper͏ativismo ͏Mineiro 2͏023, elab͏orado pel͏o Sistema͏ Ocemg. N͏ada menos͏ que 57% ͏do café, ͏27,5% da ͏ervilha, ͏23,8% do ͏algodão e͏ 19,7% do͏ leite pr͏oduzido n͏o Estado,͏ por exem͏plo, pass͏am por um͏a coopera͏tiva.
Na ocasião, o secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Guilherme da Cunha, ressaltou os principais programas da Seapa que buscam fomentar a atividade em Minas Gerais, como o “Minas Livre para Crescer”, do qual o Sistema Ocemg é parceiro estratégico. “O Minas Livre Para Crescer tem como objetivo tornar Minas Gerais o estado mais livre para se empreender do Brasil, com mais competitividade e atrativos para se investir, propiciando o crescimento econômico e a geração de emprego e renda”, enfatizou.
O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinicius, ressaltou o impacto do evento para fortalecer os municípios e promover o desenvolvimento regional.
O Seminário finalizou com uma reflexão sobre o papel essencial do agronegócio, não apenas como motor da economia mineira, mas também como agente de transformação social e ambiental, consolidando sua posição como um dos pilares do desenvolvimento do Estado de Minas Gerais.